As comunidades quilombolas de Monção são expressão viva da resistência do povo maranhense contra a escravidão


 1. Quilombo Outeiro

O Quilombo Outeiro é a comunidade quilombola mais conhecida e estudada de Monção. Sua origem remonta ao século XIX, diretamente ligada à fazenda do major Eduardo de Araújo Trindade, que explorava trabalho escravo na região. Após a abolição da escravatura, os antigos escravos permaneceram na área, formando a comunidade.

A agropecuária do Outeiro mantém práticas tradicionais, como o cultivo de mandioca, milho e feijão, além da criação de gado bovino, suínos e aves. A produção artesanal de cachaça, herança direta do período da fazenda, ainda é comum.

Culturalmente, a comunidade preserva festas religiosas de matriz africana, como as festas do Divino Espírito Santo, São Benedito e São Brás, que fortalecem sua identidade e coesão social.


2. Quilombo Jutaí

O Quilombo Jutaí é uma das comunidades quilombolas menos documentadas em Monção, mas faz parte do conjunto de comunidades que mantém a tradição afrodescendente na região. Sua população vive predominantemente da agricultura familiar e do extrativismo sustentável.

Práticas agropecuárias incluem o cultivo de hortaliças, mandioca e o manejo de pequenas criações, como galinhas e porcos. A comunidade também valoriza o uso de sementes crioulas e métodos tradicionais de cultivo, preservando sua autonomia alimentar.


3. Quilombo Mata Boi

A comunidade quilombola Mata Boi é reconhecida oficialmente pela Fundação Cultural Palmares e possui uma história de resistência semelhante à do Outeiro, embora com menos registros históricos documentados.

A agropecuária local é marcada pela produção de alimentos para o autoconsumo, com cultivo de mandioca, milho, feijão e outras culturas alimentares, além da criação de animais de pequeno porte. Mata Boi também mantém práticas culturais que remetem às tradições africanas.


4. Quilombo Raposo

O Quilombo Raposo é uma das comunidades quilombolas que compõem o território de Monção. Seus moradores têm na agricultura familiar a principal atividade econômica, cultivando mandioca, milho, feijão, além de outras culturas regionais.

A comunidade enfrenta desafios relacionados à regularização fundiária e ao acesso a políticas públicas, mas mantém viva sua identidade quilombola por meio da preservação cultural e do fortalecimento das práticas agropecuárias tradicionais.


5. Quilombo Castelo

A comunidade quilombola Castelo, localizada em Monção, possui uma população que se dedica principalmente à agropecuária de subsistência, com cultivo de mandioca e manejo de animais domésticos como principais fontes de alimento e renda. No entanto, a pescaria é a principal atividade econômica da comunidade, dada a proximidade do Lago do Castelo.

O Lago do Castelo é um corpo de água localizado no município de Monção, pertencente à bacia do rio Pindaré. Ele funciona como limite territorial entre Monção e municípios vizinhos, como Cajari, o que evidencia sua importância geográfica e territorial para a região.

Além disso, a comunidade do Castelo esteve envolvida na luta pelo reconhecimento político-administrativo para que o território se tornasse município, refletindo o desejo de autonomia e fortalecimento local.

Assim como as outras comunidades quilombolas de Monção, Castelo preserva costumes e festas que remetem à herança africana, promovendo o fortalecimento da identidade coletiva e o respeito às suas raízes históricas.



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Publisher: Gilberlan Atrox — técnico agrícola em agropecuária, jornalista e fotógrafo documental da PLUATROX SEGMENTOS, marca segmentada que atua nas áreas de comunicação rural e serviços técnicos agropecuários.

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