No último dia 13 de abril, a equipe coordenada por Luís Miranda, liderança jovem do movimento estudantil e do movimento negro, esteve em visita à comunidade quilombola do Raposo, localizada na zona rural de Monção (MA). A ação teve como objetivo conhecer de perto a história da comunidade, dialogar com os moradores e registrar a realidade de um povo que luta diariamente pela preservação de seus direitos e tradições.
Raposo é mais que um povoado — é um marco histórico de luta e de resistência negra. Em meio à simplicidade do campo, o que se vê é a força de uma gente que cultiva a terra com dignidade e defende suas origens com orgulho. Durante a visita, a equipe teve acesso a peças antigas, incluindo utensílios da época da escravidão e ruínas da chamada “casa dos senhores”, marcas de um passado ainda presente na paisagem e na memória local.
Mesmo diante da ausência de políticas públicas efetivas, os moradores do Raposo seguem firmes, sustentando suas famílias com o que a terra oferece. Arroz, cheiro-verde, frutas e hortaliças compõem a produção local, feita de forma tradicional, com respeito ao solo e ao tempo das plantações.
— Aqui o que se planta, se colhe. E o que não se colhe, a gente aprende com ele — relatou uma moradora, apontando para o quintal onde nascem mamões e abóboras semeadas por gerações passadas.
Raposo é exemplo da importância da agricultura familiar não apenas como atividade econômica, mas como forma de manter viva a cultura quilombola e fortalecer a soberania alimentar no campo.
Apesar do reconhecimento como comunidade quilombola, a efetivação dos direitos garantidos por lei ainda depende de longos processos e da mediação por terceiros. A ausência de regularização fundiária, o difícil acesso à saúde, à educação contextualizada e a investimentos estruturantes revelam o quanto o Estado ainda falha com esses povos.
— O que o Raposo quer não é favor. É o que está na Constituição: direito à terra, à moradia digna, à educação, à saúde, à cultura — destacou Luís Miranda, que atua na promoção da cultura periférica como ferramenta de transformação social.
A presença de Luís Miranda e sua equipe reforça o papel fundamental da juventude nos processos de mobilização e valorização da identidade quilombola. A visita ao Raposo foi marcada por escutas, registros e articulações com lideranças locais, buscando ampliar o alcance das vozes da comunidade.
— A cultura é resistência, e o Raposo resiste com sabedoria. É preciso que Monção, o Maranhão e o Brasil saibam disso — concluiu Luís, ao final da visita, em frente à igreja local. Raposo é quilombo vivo, é memória que alimenta, é território sagrado.
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Publisher: Gilberlan Atrox — técnico agrícola em agropecuária, jornalista e fotógrafo documental da PLUATROX SEGMENTOS, marca segmentada que atua nas áreas de comunicação rural e serviços técnicos agropecuários.
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