Rizicultura no Brasil – Tudo sobre o cultivo de arroz irrigado, arroz de sequeiro e arroz de várzea, com técnicas de plantio correto, nutrição, adubação e manejo de alta produtividade


A rizicultura, também chamada orizicultura, é a prática agrícola voltada ao cultivo do arroz (Oryza sativa), cereal essencial para a alimentação no Brasil e no mundo. É base alimentar para grande parte da população brasileira, especialmente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste, e sua produção é fundamental para a segurança alimentar, geração de renda e desenvolvimento econômico rural. O cultivo do arroz exige técnicas específicas para garantir produtividade e qualidade do produto final.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de arroz, com destaque para o sistema irrigado no Sul do país e o cultivo de sequeiro nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Compreender as características do cultivo, as regiões produtoras, as variedades mais utilizadas e as práticas recomendadas, é essencial para o sucesso da produção.


Regiões produtoras de arroz — A maior parte da produção brasileira está concentrada no Rio Grande do Sul, que responde por cerca de 70% do total nacional. Os principais municípios produtores incluem Uruguaiana, Alegrete e Santa Vitória do Palmar, onde o cultivo irrigado domina. Santa Catarina também tem participação significativa, com sistemas de irrigação em propriedades familiares.

Fora do Sul, a produção ocorre no Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Roraima e outras regiões, onde predomina o arroz de sequeiro, cultivado sem irrigação, aproveitando o período de chuvas.

Variedades e tipos de arroz — No Brasil, o arroz mais consumido é o tipo Indica, conhecido como arroz agulhinha, com grãos longos e finos, representando cerca de 85% do mercado. O arroz Japonica, com grãos curtos e arredondados, é usado em nichos específicos, como culinária japonesa.

As cultivares mais recomendadas para o Sul incluem IRGA 424 RI e BRS Pampeira, enquanto no Norte e Nordeste são utilizadas variedades adaptadas ao clima e solo locais, como BRS Esmeralda.

Preparação do solo e plantio — O preparo adequado do solo é fundamental para a implantação da lavoura. No sistema irrigado, realiza-se aração e gradagem para nivelar o terreno, facilitando o manejo da água. No sequeiro, o preparo pode variar entre convencional, plantio direto ou mínimo preparo, conforme as condições locais.

O espaçamento recomendado para arroz irrigado é de 17 a 20 centímetros entre linhas, com densidade de 350 a 450 plantas por metro quadrado, utilizando entre 100 e 150 kg de sementes por hectare. No sequeiro, o espaçamento é maior, de 25 a 35 centímetros, com densidade de 180 a 250 plantas por metro quadrado, e uso de 60 a 90 kg de sementes por hectare.

Adubação e nutrição — A adubação deve ser baseada em análise prévia do solo, mas uma recomendação média é aplicar 50 a 100 kg/ha de nitrogênio, 60 a 120 kg/ha de fósforo e 50 a 80 kg/ha de potássio. O nitrogênio pode ser fracionado, parte na semeadura e parte durante o perfilhamento, para melhor aproveitamento pela planta.

Manejo da água — No arroz irrigado, a lâmina de água deve ser mantida entre 5 e 7 cm durante o perfilhamento até o fechamento das panículas, sendo drenada antes da maturação para facilitar a colheita. No arroz de sequeiro, o cultivo depende das chuvas e requer atenção ao calendário agrícola para aproveitar o período ideal de plantio.

Controle de plantas daninhas, pragas e doenças — O manejo integrado é fundamental. Recomenda-se monitoramento constante para identificar pragas comuns como o percevejo e doenças como o brusone. O uso de cultivares resistentes, rotação de culturas e aplicação criteriosa de defensivos garantem a saúde da lavoura.

Colheita e pós-colheita — A colheita deve ocorrer quando o arroz atingir a maturidade fisiológica, com grãos firmes e umidade adequada, para evitar perdas. Após a colheita, o arroz deve ser beneficiado e armazenado em local seco e ventilado para manter sua qualidade.

Sustentabilidade e boas práticas — Incorporar práticas sustentáveis, como rotação de culturas, integração lavoura-pecuária-floresta, uso racional de água e adubação orgânica, contribui para a conservação do solo e aumento da produtividade a longo prazo.

Para pequenos produtores familiares, o manejo cuidadoso e o uso de técnicas adaptadas à escala são essenciais. O uso de mudas pré-germinadas pode aumentar a uniformidade da lavoura. Além disso, o investimento em capacitação técnica e acesso à assistência rural melhora a tomada de decisões.

A rizicultura é uma atividade que requer conhecimento técnico, planejamento e dedicação. Seguir as recomendações de preparo do solo, escolha de cultivares, manejo da água, adubação e controle fitossanitário são passos essenciais para garantir uma produção rentável e sustentável. Este guia oferece uma base sólida para agricultores e interessados que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre a cultura do arroz no Brasil.



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Publisher: Gilberlan Atrox — técnico agrícola em agropecuária, jornalista e fotógrafo documental da PLUATROX SEGMENTOS, marca segmentada que atua nas áreas de comunicação rural e serviços técnicos agropecuários.


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