Tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros preocupa setor agropecuário do RS, mas deputado Zé Nunes garante impacto limitado e reforço à agricultura familiar.
O aumento de tarifas anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, acendeu o alerta no setor agropecuário do Rio Grande do Sul. Em avaliação feita nesta quinta-feira (14 de agosto de 2025), o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, deputado Zé Nunes, garantiu que os efeitos sobre a agricultura familiar e os principais setores exportadores serão limitados, embora exigam atenção redobrada.
Segundo Nunes, os Estados Unidos representam cerca de 7% do mercado de carne bovina brasileira. Apesar do anúncio do chamado “tarifaço”, a demanda norte-americana deve se manter firme, já que nenhum outro país consegue ofertar volumes e qualidade equivalentes aos do Brasil. “O impacto real será muito menor do que se imagina. O mercado global já busca nossa carne, e os EUA simplesmente não têm substitutos à altura”, afirmou o parlamentar.
No setor de tabaco, o cenário é similar. O Rio Grande do Sul é referência mundial na produção de fumo em folha, com cerca de 60% das exportações destinadas à União Europeia e Oriente Médio. “Não existe no mundo um tabaco tão qualificado quanto o gaúcho. Os EUA não conseguirão suprir essa demanda, o que inclusive pode elevar o preço do produto internacionalmente”, explicou Zé Nunes.
O deputado reforçou a necessidade de vigiar as multinacionais do setor, para que não usem o aumento de tarifas como justificativa para reduzir os valores pagos aos agricultores. Paralelamente, destacou que o governo Lula anunciou medidas estratégicas para fortalecer as empresas exportadoras, incluindo a reforma estrutural do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), facilitando o acesso ao crédito e modernizando instrumentos para manter a competitividade global.
“Apesar do alarmismo midiático, os impactos serão menores do que aparentam. Seguiremos firmes para defender os produtores gaúchos, garantindo que recebam preços justos e proteção contra qualquer abuso no mercado internacional”, concluiu o parlamentar.