Mercado de trabalho formal em Parauapebas mostra alta rotatividade e mantém desigualdade de gênero e baixa inclusão de jovens aprendizes
Parauapebas, no sudeste do Pará, teve um mês de maio marcado por mais de 3 mil demissões formais, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apesar de registrar 4.506 contratações com carteira assinada, a cidade demitiu 3.294 trabalhadores, gerando um saldo positivo de apenas 1.210 empregos no mercado formal.
Desemprego e rotatividade alta no mercado de trabalho de Parauapebas
O alto volume de desligamentos em Parauapebas indica um mercado de trabalho instável e com alta rotatividade. Dos 3.294 desligamentos, 2.296 foram homens e 998, mulheres. Embora os homens representem a maior parte das demissões, a proporção de mulheres desligadas (30,3% do total) é superior à sua participação nas contratações, que foi de apenas 28,3%.
Baixa participação das mulheres nas contratações formais
De um total de 4.506 admissões, apenas 1.277 foram de mulheres, o que demonstra que o mercado formal parauapebense continua majoritariamente masculino, com 71,6% das contratações voltadas para homens. Essa desigualdade de gênero no emprego evidencia a falta de políticas efetivas para ampliar o acesso das mulheres às oportunidades de trabalho.
Jovens aprendizes com poucas chances no mercado local
A situação para os jovens também é preocupante. Em maio, apenas 140 aprendizes foram contratados, enquanto 83 foram desligados, resultando em um saldo modesto de 57 vagas. Considerando o total de admissões, a participação dos aprendizes representa menos de 4%, indicando que o mercado de trabalho de Parauapebas não oferece oportunidades suficientes para a formação e inserção profissional de jovens.
Trabalho intermitente e estrangeiros: números tímidos
Outras modalidades como o trabalho intermitente apresentaram saldo positivo de 30 vagas (35 admissões e 5 desligamentos). Já os trabalhadores estrangeiros tiveram 3 admissões e nenhum desligamento no período, números pequenos que pouco impactam o mercado local.
Outras modalidades como o trabalho intermitente apresentaram saldo positivo de 30 vagas (35 admissões e 5 desligamentos). Já os trabalhadores estrangeiros tiveram 3 admissões e nenhum desligamento no período, números pequenos que pouco impactam o mercado local.
O que dizem os números oficiais do Novo CAGED para Parauapebas
- Total de admissões: 4.506
- Total de desligamentos: 3.294
- Saldo líquido: +1.210 empregos formais
- Estoque total de empregos formais: 70.588
Por gênero
- Admissões masculinas: 3.229 (71,6%)
- Admissões femininas: 1.277 (28,3%)
- Demissões masculinas: 2.296
- Demissões femininas: 998 (30,3%)
- Saldo masculino: +933 empregos
- Saldo feminino: +279 empregos
Outras categorias
- Aprendizes admitidos: 140
- Aprendizes desligados: 83
- Saldo aprendizes: +57 vagas
- Intermitentes admitidos: 35
- Intermitentes desligados: 5
- Saldo intermitentes: +30 vagas
- Estrangeiros admitidos: 3
- Estrangeiros desligados: 0
- Saldo estrangeiros: +3 vagas
Embora o saldo geral mostre crescimento, a realidade do emprego formal em Parauapebas é marcada por um número significativo de demissões e exclusão de grupos como mulheres e jovens aprendizes. O mercado de trabalho local permanece concentrado em contratações masculinas e pouco inclusivo para os públicos que mais necessitam de oportunidades.
Para melhorar essa situação, é fundamental que órgãos públicos, empresas e instituições voltadas à empregabilidade promovam ações efetivas de inclusão, ampliando as vagas para mulheres, jovens e grupos vulneráveis. Sem mudanças estruturais, o saldo positivo pode mascarar uma realidade de instabilidade e exclusão social na geração de empregos em Parauapebas.
Nota:
Embora nosso público seja majoritariamente do meio rural, não foram encontradas informações segmentadas por local de moradia — urbana ou rural — nos dados oficiais do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Por isso, esta reportagem não traz uma análise específica sobre a empregabilidade no meio rural, apesar de reconhecermos a importância desse recorte para a realidade da nossa comunidade.
Embora nosso público seja majoritariamente do meio rural, não foram encontradas informações segmentadas por local de moradia — urbana ou rural — nos dados oficiais do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Por isso, esta reportagem não traz uma análise específica sobre a empregabilidade no meio rural, apesar de reconhecermos a importância desse recorte para a realidade da nossa comunidade.