Com taxas de juros reduzidas e estímulo à produção orgânica, o novo Plano Safra fortalece o campo com crédito recorde, apoio técnico e incentivo à transição agroecológica.
Com o objetivo de garantir alimentos saudáveis na mesa dos brasileiros e estimular a produção sustentável no campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta segunda-feira (30), o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, com investimento histórico de R$ 89 bilhões. A medida contempla o crédito rural via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), assistência técnica, seguro agrícola, compras públicas e garantia de preços mínimos — consolidando o maior volume de recursos da história destinado ao setor.
O novo plano representa um aumento de 17% em relação ao ano anterior, que contou com R$ 76 bilhões. Do total, R$ 78,2 bilhões são direcionados ao Pronaf, principal linha de financiamento para pequenos agricultores do país, que em 2025 celebra 30 anos de criação como política pública essencial para o desenvolvimento rural.
Incentivo à produção de alimentos saudáveis
Uma das marcas do plano é a manutenção da taxa de juros de 3% ao ano para financiar a produção de alimentos da cesta básica — como arroz, feijão, mandioca, hortaliças, frutas, ovos e leite — com redução para 2% no caso de cultivos orgânicos ou sistemas agroecológicos. O incentivo à agroecologia segue em linha com compromissos assumidos pelo governo federal no enfrentamento à fome e à crise climática.
Além do crédito para custeio e investimento, os agricultores terão acesso facilitado a linhas especiais para fomentar a transição agroecológica, com financiamento para práticas sustentáveis e tecnologias sociais adaptadas à agricultura familiar.
Redução de agrotóxicos e fortalecimento da ATER
Outra novidade anunciada no lançamento é o incentivo à redução do uso de agrotóxicos, priorizando práticas sustentáveis e integradas de manejo. A medida inclui a criação de linhas de crédito voltadas para a substituição de insumos químicos por bioinsumos e defensivos naturais, promovendo a saúde do solo, da água e das famílias do campo.
O governo também reforça o papel da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) como elemento estratégico do plano. Estão previstas ações para ampliar o número de técnicos no campo, garantindo apoio direto aos agricultores na elaboração de projetos, adoção de boas práticas e acesso ao crédito de forma eficiente.
Compras públicas e garantia de preço mínimo
Os programas de compras públicas — como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) — também estão contemplados no Plano Safra. Eles asseguram mercado garantido para os agricultores familiares, especialmente os que produzem alimentos para merenda escolar, abastecimento popular e feiras agroecológicas.
Outra frente estratégica é a política de garantia de preços mínimos, que visa proteger o agricultor familiar em momentos de oscilação de mercado, evitando prejuízos e estimulando a permanência no campo com dignidade e autonomia.
Agricultura familiar como prioridade nacional
Durante o lançamento do Plano Safra, o presidente Lula destacou que a agricultura familiar é responsável por mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil, e reafirmou o compromisso do governo com a valorização do campo, o combate à fome e a promoção da sustentabilidade.
“Queremos que o pequeno produtor seja respeitado como empreendedor rural, como guardião da natureza e como pilar da nossa soberania alimentar”, afirmou o presidente.
A ministra do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Tereza Campello, ressaltou que o plano vem para "reconhecer e impulsionar o protagonismo das famílias agricultoras na transição ecológica, na justiça social e na retomada do desenvolvimento rural com inclusão.”
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